Cabeamento subterrâneo: muito além da estética 

Sob os pés de quem vive em grandes centros urbanos e em bairros projetados a partir dos conceitos atuais de planejamento urbano costuma passar uma rede de infraestrutura surpreendente. A visão deste morador é livre daqueles emaranhados aéreos de fios aparentes que prejudicam a paisagem do entorno. Para além da sensação de contentamento e bem-estar provocada por esse diferencial estético, contudo, o cabeamento subterrâneo proporciona conforto e segurança.

É assim que vão viver os moradores do Reserva da Pedra, condomínio de lotes recém-lançado pela Cidade Criativa Pedra Branca, em Palhoça, na Grande Florianópolis (SC). Com 275 mil m2 de área, o condomínio tem 30 mil m2 de área verde, incluindo cinco lagos artificiais, e está cercado por exuberante natureza. Foi planejado por alguns dos maiores especialistas em urbanismo, arquitetura e arquitetura paisagística, sob os princípios do Novo Urbanismo, que prioriza a eficiência, a sustentabilidade e, principalmente, o pedestre – e, por isso, prevê a criação de espaços públicos atraentes e seguros. Neste sentido, a implantação de cabeamento subterrâneo é solução de consenso. 

O conforto da solução é garantido pela redução do risco de interrupção de fornecimento de energia elétrica e telefonia, por exemplo. “A fiação subterrânea não sofre com as intempéries e nem com o rompimento provocado por queda de galhos de árvores ou pela passagem de veículos com altura além do limite permitido”, argumenta o engenheiro civil Ramiro Nilson, gestor do Sistema de Água e Esgoto (SAE) Pedra Branca. Ele ressalta, ainda, que a queda de um poste em função da colisão de um veículo, por exemplo, pode provocar risco de vida, seja por trauma ou por choque elétrico. “A possibilidade destas ocorrências é eliminada com o uso da infraestrutura subterrânea”, enfatiza, valorizando a segurança como uma das principais vantagens dessa solução. Importante acrescentar, ainda, o aumento da eficiência dos sistemas, o que representa redução de custos com manutenção e operação das redes. 

Planejamento eficiente

O cabeamento subterrâneo sempre foi uma das premissas do projeto da Cidade Criativa Pedra Branca. Esta decisão foi tomada já nos primeiros estudos do novo centro de bairro, implantado há 10 anos. “A área da Pedra Branca denominada ‘Novo Urbanismo’ utiliza, em sua infraestrutura, todas as facilidades de forma subterrânea. Isto inclui água potável, esgoto sanitário, água de reuso,  eletricidade de média tensão (13.800V),  eletricidade de baixa tensão (220V),  iluminação pública,  telefonia e  fibras ópticas e  gás natural”, detalha Ramiro Nilson. Segundo ele, trata-se de uma realidade implantada e em expansão, visto que todas as novas etapas de urbanização contam com esta concepção. 

Grandes cidades já vêm priorizando a substituição da infraestrutura convencional pelos sistemas subterrâneos para a passagem das redes de energia elétrica, telefonia, fibra ótica, entre outros serviços. Porém, esse é um processo complexo e que pode ser bastante oneroso. “Nesses casos, a substituição dependerá da interação entre a concessionária de energia, as prestadoras de serviço de telecomunicações e a Prefeitura Municipal e, também, da vontade e empenho dos moradores de uma região, tornando-se, por vezes, muito difícil a execução desta melhoria, seja pelo custo  de implantação ou porque, basicamente, as necessidades já são atendidas pela infraestrutura convencional”, considera Ramiro. Ainda assim, o engenheiro civil recomenda a substituição: “a infraestrutura subterrânea deverá ser preferida em detrimento de infraestrutura convencional sempre que a viabilidade financeira assim o permitir”. 

Legenda:

Imagem ilustrativa RI: n°R.2/99.879